sábado, 21 de maio de 2011

Código Florestal e a ineficiência do agronegócio

Às vésperas da provável aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Substitutivo Aldo Rebelo ao PL que altera o Código Florestal, todas as complexas dimensões da matéria foram mais ou menos abordadas nos debates do tema processados nos últimos meses. No entanto, as ponderações mais importantes da comunidade científica, amplificadas por políticos, lideranças da sociedade civil e ambientalistas, sobre os potenciais danos socioambientais da propositura, dificilmente serão observadas no texto da futura Lei.
Está claro que na perspectiva dos interesses seccionais do agronegócio, os objetivos essenciais para a aprovação do texto do Substitutivo na versão que circulou até a semana passada, envolvem: (i) o resgate da regularidade ambiental, por meio da anistia de multas e do rebaixamento dos compromissos com a recuperação de passivos ambientais, especialmente em RL e APP; e (ii) a liberação de áreas para a expansão das suas atividades através da institucionalização das chamadas “áreas consolidadas” e da precarização da legislação ambiental, via a sua descentralização.
No plano da prática política dos ruralistas, essas demandas replicam, na temática ambiental, as estratégias políticas exitosas consagradas nas sistemáticas ações pelo alongamento, repactuação e remissão de dívidas no crédito rural.
Contudo, se no caso do endividamento os ruralistas sempre enfrentaram (com êxito), resistências políticas por conta dos desdobramentos fiscais dessas medidas, os propósitos de relaxamento dos passivos e da legislação ambiental, encontram receptividade, ainda que tácita, em parcela razoável da sociedade e do governo.
Isto porque, os pesados ônus políticos e ambientais de tais concessões são relativizados ante as projeções dos substantivos „ganhos econômicos‟ para o país com a forte inserção do agronegócio brasileiro em um mercado internacional progressivamente mais atrativo para as commodities agrícolas.
Por essa razão (entre outras), os ruralistas demandam a aprovação da proposta Aldo para disponibilizar mais áreas para a atividade agrícola, e assim libertar a atividade do suposto engessamento institucional atual para a viabilização do potencial produtivo da agricultura brasileira.
Na realidade, trata-se de discurso oportunista na busca de „saída fácil‟ para as insuficiências estruturais da base primária do agronegócio.
Afora a confortável posição do Brasil em termos de disponibilidade de áreas agricultáveis (não exploradas ou ineficientemente exploradas), a realidade mostra que o grande óbice aos objetivos produtivistas da atividade agrícola no Brasil está associado aos discretos índices de produtividade dos seus principais produtos no plano mundial.
Uma eventual aproximação dos níveis de produtividade desses produtos aos verificados nos países de primeira linha possibilitariam o crescimento exponencial da produção agrícola brasileira, sem a necessidade de concessões descabidas e de mutilações das normas ambientais em vigor.
Os dados da FAO, referentes ao ano de 2009 confirmam essa realidade para produtos estratégicos do agronegócio, desautorizando, portanto, as pregações acerca da excelência dos padrões técnicos do agronegócio brasileiro.
No caso do arroz, a produtividade média do produto no Brasil, de 4.365 Kg/Ha, coloca o país em 37ª posição no ranking mundial, atrás de países como El Salvador, Peru, Somália, Ruanda, etc..
A produtividade média do milho no Brasil é ainda mais irrelevante em termos globais. Ocupamos a 64ª posição mundial com produtividade média de 3.7148 Kg/Ha.
No trigo, a insignificância dos níveis médios da produtividade do produto no Brasil assume proporções vergonhosas. Com 2.200 Kg/Ha, o Brasil está situado na 72ª posição.
Mesmo na soja, o produto carro-chefe do agronegócio exportador brasileiro, a produtividade média, de 2.636 Kg/Ha, coloca o país na 9ª posição no ranking mundial.
Na média de todos os cereais, a produtividade no Brasil em 2009, foi de 3.526 Kg/Ha, o que colocou o país no 56º posto em termos globais.
Na pecuária de corte, afora a sofrível relação UA/área, o nosso índice médio de produtividade, expresso em peso da carcaça, de 220 Kg/Animal, posiciona o país na 48ª colocação em todo o mundo.
É óbvio que os níveis da produtividade são fruto da interação de muitas variáveis. Em cima desse fato, poderia haver a alegação de que diferenças de fertilidade ou outras condições justificariam tal desempenho do agronegócio brasileiro vis a vis os países que lideram os níveis de produtividade.
Não obstante as nossas inegáveis potencialidades naturais para a atividade agrícola, essa argumentação perde substância diante dos gastos desproporcionais do país com fertilizantes e agrotóxicos. Em tese, a utilização superintensiva desses produtos contrarrestaria os fatores, na esfera natural, que propiciariam a outros países maiores desempenho em produtividade.
De acordo com o IFA - International Fertilizer Industry Association, o Brasil é o 4º maior consumidor de fertilizantes em todo o mundo, atrás, apenas, da China, Índia e Estados Unidos. Observe-se que, por exemplo, a área com cereais na China é 4.4 vezes superior á do Brasil; nos EUA, é 3 vezes maior; e, na Índia, 4.8 vezes superior que a área com cereais no Brasil.
Quanto aos agrotóxicos, desde 2009 nos transformamos nos maiores consumidores mundiais desses produtos conforme estudo encomendado pela ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Corroborando essa posição, os dados da FAO (FAOSTAT), atestam que a partir de 2007 nos transformamos no principal país importador de agrotóxicos.
Naquele ano, importamos US$ 282 milhões em inseticidas (incremento de 217% sobre o ano de 2000); com o Vietnã em segundo lugar, com importações de US$ 150.2 milhões.
Em fungicidas, importamos US$ 242 milhões (incremento de 473% sobre as importações de 2000), contra US$ 140 milhões da China, segundo maior importador. Os dispêndios com importações de herbicidas somaram US$ 276 milhões (incremento de 139% sobre o ano de 2000). A Ucrânia, em segundo lugar, importou US$ 171.4 milhões.
Em suma, esses dados mostram que, dominantemente, a agricultura braseira ainda não completou a modernização conservadora, daí os níveis relativamente medíocres da produtividade. Ou seja, ainda estamos no curso de uma “revolução verde” tardia. Não é à toa que, diversamente da maior parte dos países com tradição agrícola, somente na primeira década deste século os índices de produção líquida per capita de alimentos no Brasil passaram a ser positivos, i.e, a taxa de crescimento da produção passou a suplantar a taxa de incremento populacional.
Significa que mesmo nos marcos da ciência agronômica que fornece o substrato técnico do modelo produtivista, o Brasil não incorporou as mais modernas inovações produtivas e de gestão.
A eloqüência dos discursos dos ruralistas sobre a excelência produtivista do agronegócio encontra-se bem a frente dos indicadores reais da atividade. Estivessem esses indicadores, compatíveis com os discursos, o Brasil já teria multiplicado a sua produção agropecuária sem a necessidade de precarizar ou afrouxar as normas ambientais em prejuízo do futuro do próprio país.
Enfim, essa alegação para a alteração do Código Florestal não passa de uma confissão da própria incompetência. Reafirma o descompromisso natural de grande parte dos ruralistas com qualquer coisa que ultrapassa o mata-burro da fazenda.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Esplanada dos Ministérios é Terra Livre para os povos indígenas

Povos indígenas de todo o país ocupam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no Acampamento Terra Livre 2011. Local de manifestação e abrigo para os índios brasileiros, o evento, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), está em sua oitava edição.
A principal mobilização do Movimento Indígena Brasileiro teve início na madrugada desta segunda-feira, 2 de maio, e segue até a próxima quinta-feira. Integrantes de pelo menos 70 povos levantaram barracas para exigir do governo federal e da Fundação Nacional do Índio (Funai) que as leis protetoras dos direitos indígenas sejam respeitadas.
O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), José Éden Magalhães, frisou o apoio da entidade ao Terra Livre como espaço de unidade do movimento indígena preocupado com as mais variadas formas de agressão aos territórios das comunidades.
“Acreditamos que outro mundo é possível com os indígenas”, disse. Para ele, os grandes empreendimentos, como a usina de Belo Monte, no Pará, a falta de demarcações das terras indígenas e a criminalização das lideranças são formas de alienar direitos tradicionais e constitucionais dos povos.
A sociedade envolvente cada vez mais encara a construção de barragens e a expansão do agronegócio como sinais de desenvolvimento nacional. No entanto, os indígenas não veem dessa maneira. “A construção de uma hidrelétrica faz com que tudo o que esteja ao redor fique debaixo da água. Como poderemos viver sem nossas florestas? Todo um ciclo da cultura indígena está ali. Desde os nossos antepassados aos animais e aos remédios naturais”, disse Kretã Kaingang.

Governo rejeita acordo para votação do Código Florestal

Um dia após ceder à pressão de aliados e ruralistas no Congresso, o governo rejeitou um acordo fechado por líderes de sua coalizão partidária para votação do novo Código Florestal na Câmara.
O Palácio do Planalto surpreendeu os parlamentares governistas ontem ao afirmar que não há consenso sobre o texto. "Não aceitamos área consolidada ampla e irrestrita como apresentado na emenda", disse o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ao Valor.
Patrocinada pelo líder pemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), a emenda a que se refere o ministro autoriza atividades rurais em beiras de rio e tem amplo apoio dos partidos aliados, à exceção do PT. Até a oposição firmou o pacto. "Se puder chegar a um acordo e votar, melhor para todo mundo. Mas, do jeito que está, com esse texto, o governo não aceita", afirmou o ministro.
Mesmo com a costura do PMDB, a proposta terá que ser negociada ao longo do fim de semana, segundo Luiz Sérgio. O ministro disse, porém, que isso não significa um novo adiamento da votação do código no plenário da Câmara.
Luiz Sérgio afirmou que o texto será submetido à avaliação de todos os ministérios envolvidos na discussão. Ou seja, Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente, também darão sua opinião sobre a emenda alinhavada pelos deputados aliados. "Nós queremos diluir essa responsabilidade", disse o ministro.
Responsável pela criticada coordenação política do governo, Luiz Sérgio admite a pressão do PMDB pela rápida aprovação do texto. Para garantir o adiamento da votação na semana passada, e a consequente derrota do governo no plenário, o líder Henrique Alves comprometeu-se com sua bancada a votar o código antes de qualquer outra iniciativa.
A tese foi defendida pelo PMDB durante reunião, no Planalto, com Luiz Sérgio, o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Diante da reticência do Planalto, Henrique Alves costurou o acordo da emenda, o que atende em quase tudo a bancada ruralista, mas deixa de fora a delegação de poder ambiental aos Estados. "Politicamente, isso seria fácil. Mas o governo jamais poderia aceitar, até para não assumir uma postura de irresponsabilidade ambiental", avaliou Luiz
Sérgio.
O governo ainda está "desconfortável" com a permissividade dispensada pelo texto do líder pemedebista às Áreas de Proteção Permanente (APPs) em beiras de rio. Na avaliação do governo, do jeito que está, a emenda premia quem planta ou cria gado de forma irregular em margens de rios.
Na Câmara, os aliados defendem o acordo. Afirmam ter "virado o jogo" ao transformar uma derrota do Planalto, traduzida pela emenda da oposição que transferia poderes aos Estados, em uma "alternativa viável" de texto.
O Planalto argumenta com os líderes aliados que a combinação de um código mais brando e o avanço do desmatamento na Amazônia Legal destruirá a boa imagem da política ambiental brasileira no cenário internacional. Os aliados afirmam que os deputados têm que prestar contas aos seus eleitores aqui, e não ao público do exterior.

No Congresso, os governistas avaliam que o Planalto "errou na abordagem e na condução" do assunto. Tratou a base como inimiga, misturou "reivindicações justas" da bancada ruralista aliada com movimentos da oposição para "sabotar" o governo.
Nos bastidores, deputados influentes afirmam que o governo transformou uma "guerra de libertação" em uma "guerra civil". Ao impedir a votação na semana passada, de forma desastrada, os líderes "reforçaram" os partidos de oposição.
A união dos partidos aliados não comoveu o governo. Pior do que isso, os governistas teriam que apoiar a emenda do DEM. "Os esforços dos líderes resultaram num acordo para votação. Quase todos os partidos estão aderindo", disse ontem o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), em entrevista coletiva.
O deputado disse que o texto prevê "análise caso a caso" das APPs para decidir o que deve ser recuperado ou ter o uso consolidado. "Não há nada consolidado. Não tem
por quê o governo ficar contra. Confio que a presidente Dilma deseja o que o Congresso deseja", afirmou Rebelo.
Ele diz que "qualquer área" pode ser desocupada se assim ficar decidido pelos programas de regularização ambiental (PRAs) em estudos sobre águas e solos.

Agora, argumentam líderes aliados, o governo adota a mesma postura ao rejeitar a nova proposta costurada por todos os líderes aliados. PMDB, PP, PTB, PDT, PR, PSC estão juntos. Alguns petistas e deputados oposicionistas de PPS, DEM e PSDB, também. Apenas PSOL e PV não firmaram o acordo. Mas o Planalto não abre mão de dar a palavra final:
"O que o governo tem proposto é muito melhor do que o decreto cair e voltarmos à legislação antiga", insiste o ministro Luiz Sérgio, ao referir-se ao decreto de crimes ambientais, que passará a vigorar em 11 de junho para multar e punir produtores rurais em situação ilegal.
Líderes de partidos governistas já avisaram ao Planalto a iminência da derrota do governo no plenário da Câmara.

Jornal Sem Terra completa 30 anos


Por Joana Tavares
Do Brasil de Fato


“Nós somos mais de 500 famílias de agricultores que vivíamos nessa área (Alto Uruguai) como pequenos arrendatários, posseiros da área indígena, peões, diaristas, meeiros, agregados, parceiros, etc. Desse jeito já não conseguíamos mais viver, pois traz muita insegurança e muitas vezes não se tem o que comer. Na cidade não queremos ir, porque não sabemos trabalhar lá. Nos criamos no trabalho na lavoura e é isto que sabemos fazer.”

Assim começa o primeiro Boletim Informativo da Campanha de Solidariedade aos Agricultores Sem Terra, e assim começa parte importante da história do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ali, em 1981, no entrocamento das cidades de Ronda Alta e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, acontece a ocupação de terra que é considerada a semente da organização do MST. As famílias ocuparam um trecho
da estrada para reivindicar a posse da terra. Exigiam a desapropriação de latifúndios na própria região, e não em projetos de colonização em outros estados.

Novas pessoas foram se juntando. Aos poucos, o acampamento da Encruzilhada Natalino foi se tornando referência – tanto para os trabalhadores como para a repressão. O então presidente , o general João Batista Figueiredo, enviou um de seus quadros de maior confiança para cortar a mobilização popular. O coronel Curió – Sebastião Rodrigues de Moura, membro do Conselho de Segurança Nacional, o mesmo que desmobilizou a Guerrilha do Araguaia – cercou a região onde as famílias se instalaram com seus barracos de “armação de bambu, cobertos de plásticos, lonas e, grande parte, apenas de capim”, conforme descrição do boletim. As duas extremidades  da estrada foram fechadas, impedindo a circulação.

“A porteira se abre”

Para romper o cerco, uma das inciativas foi a criação do Boletim, feito na capital do estado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul. “A gente mandava bilhetes para Porto Alegre e o pessoal de lá escrevia o que estava acontecendo fora do acampamento. Assim,
o boletim cumpria uma dupla finalidade: informava os amigos da situação que nós vivíamos e repassava as informações para quem estava confi nado lá dentro”, lembra Maria Izabel Grein, militante do MST que estava na ocupação e hoje compõe o setor de educação no Paraná.
“A gente mandava bilhetes para
Porto Alegre e o pessoal de lá
escrevia o que estava acontecendo
fora do acampamento”

O Boletim chegou, por exemplo, até Adnor Bicalho Vieira, o Parafuso, que atuava na Comissão Pastoral da Terra de Santa Catarina. “Aquilo era uma denúncia do que acontecia com nosso povo. Foi uma maneira de ficarmos sabendo que havia diferentes formas de organização. Quando as coisas fi cam isoladas,
ninguém sabe. Aquele boletim motivou a organização da classe trabalhadora”, acredita.

Vladimir Caleffi Araujo, jornalista que acompanhou o boletim desde o início e foi seu editor até 1986, afi rma que o informativo surgiu de uma necessidade de divulgar a luta dos acampados e a extensa rede de solidariedade formada a partir dela.

“As informações eram recolhidas de diversas formas e repassadas para um comitê de apoio que se formou em  Porto Alegre. E nós tínhamos esta tarefa de juntar esta massa de informações e divulgá-las. Este boletim, no início rudimentar, passou a ser editado e acabou transformando-se no boletim dos sem-terra, numa espécie de porta-voz dos acampados”, lembra Vladimir, que atualmente dirige o Centro de Pesquisa e Documentação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

O Boletim não circulava com periodicidade fixa, variava de semanal para quinzenal. O número de páginas também mudava de acordo com os temas tratados. A tiragem girava em torno de 700 exemplares. Além de retratar a situação das famílias do acampamento, trazia dados da solidariedade recebida e de outras lutas no Brasil. Em julho de 1982, o boletim anuncia que passaria a ser regional, “como o órgão de divulgação de suas lutas em cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul”.

Em novembro de 1983, circula uma “edição histórica”, com cinco mil exemplares. “A porteira se abre”, anuncia a manchete, acompanhada da tradicional cruz com os panos simbolizando as crianças mortas no acampamento, por negligência do Estado. A edição comemorava a aquisição de terras para os colonos, na região de Ronda Alta. Hoje, parte das famílias está assentada na fazenda Anonni. Em 9,2 mil hectares vivem 450 famílias, em sete comunidades. Há ginásios de esportes, uma escola estadual, duas municipais e uma escola técnica de agroecologia.
“O boletim foi uma
maneira de fi carmos
sabendo que havia diferentes
formas de organização.
Quando as coisas fi cam
isoladas, ninguém sabe”

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para Stedile, transgênicos causam problemas ambientais, de saúde e de soberania

    Integrante da coordenação do Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile aponta danos ambientais, de saúde pública e de soberania provocadas pelo cultivo de organismos geneticamente modificados. Em palestra na noite desta terça-feira (17), na sede do Sindicato dos Bancários, na capital paulista, ele atribuiu aos conglomerados multinacionais a responsabilidade pelos problemas.
Ele afirmou que há indícios de que o aumento do nível de chuva no Sudeste é consequência da substituição de áreas florestais na região da Amazônia Legal por vastas plantações de soja -- praticamente toda transgênica.
Na prática, por se tratar da variedade Roundup, patenteada pela Monsanto por ser alterada geneticamente para resistir a um herbicida desenvolvida pela divisão de agrotóxicos do mesmo conglomerado, todas as outras espécies -- daninhas ou não -- não sobrevivem. A extinção da biodiversidade altera o equilíbrio de chuvas.
"Esse desequilíbrio, nós sentimos em São Paulo e na Serra Fluminense", exemplificou. "Em função do desmatamento de floresta para plantar uma variedade única – de soja ou de pasto – permite que a chuva que cairia apenas lá, passaram a viajar para São Paulo e Rio de Janeiro. É o rio que viaja pela atmosfera", explica.
Em termos de saúde pública, um dos principais indicadores dos riscos advém de um estudo publicado por Vanderlei Pignatti, médico nutricionista e professor da Universidade Federal do Mato Grosso, acompanhou um grupo de mulheres por dez anos na cidade de Lucas de Rio Verde, a 350 quilômetros da capital.
Em estudo divulgado no início deste ano, ele constatou, pelo menos nos últimos dois anos, traços dos agrotóxicos aplicados na agricultura. "A mulher acumula o material e passa aquilo para o bebê dela, uma dose de veneno por dia", alerta Stédile.
Soberania
Stédile lembra que as sementes geneticamente modificadas de soja e de milho são capazes de contaminar outras plantações. O cultivo das variedades transgênicas implica pagamento de royalties às empresas que detêm a propriedade intelectual sobre os organismos. Ainda que parte dos agricultores tente resistir ao avanço dessa tecnologia, ele corre o risco de precisar pagar royalties por ter plantas contaminadas.
"O grau de contaminação entre áreas é muito grande na soja e no milho, alcançando um raio de oito quilômetros", afirmou Stédile. "O pólen das plantas na fazenda vizinha é levada pelo vento e o agricultor corre o risco de produzir soja transgênica sem querer. Com isso, humanidade corre o risco de só ter variedades transgênicas em 50 anos."
Protestos
Protestos e pressão sobre gerentes de supermercado são formas de aprofundar a luta por identificação de produtos que contenham sementes transgênicas em sua composição.
Para o ativista, vale até chamar a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). "Tem que exigir a rotulagem, porque é lei, mas desrespeitada", sustenta. "Se tiver produto não rotulado, tem que cobrar o gerente do supermercado. Se precisar, chama a imprensa, o Samu, qualquer coisa para chamar a atenção", divertiu-se. "Se perguntarem quem vai ficar doente, pode responder que isso vai acontecer em breve com tanto transgênico. Ou então ameace dar um tapa no gerente da loja", brincou.
"Brigue com o gerente, porque é o primeiro que está na frente", explicou. "Para que ele (gerente) leve a reclamação adiante até chegar na Bunge (gigante do setor de alimentos)." Em casos em que não seja suficiente, ele sugeriu a denúncia ao Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), ao MInistério Público Federal e a outros órgãos públicos. As declarações foram feitas na noite desta terça-feira (17) em São Paulo. Ele participou de debate na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Ele lembrou sobre a exigência de que os rótulos de produtos que usem alimentos geneticamente modificados em sua composição contenham o alerta (um triângulo amarelo com uma letra "T" escrita em preto). "Foi um avanço, e faço um reconhecimento público ao ministro (da Justiça) Márcio Thomaz Bastos", admitiu.

A medida, tomada em dezembro de 2003, primeiro ano do mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Stédile não perdoa outra medida adotada oito meses antes, em março daquele ano. "Lula, num dos maiores erros de sua gestão, aceitou as ameaças de que, se não legalizassem os transgênicos, o Rio Grande do Sul iria quebrar, e editou medida provisória liberando o cultivo da soja da Monsanto", critica.

domingo, 15 de maio de 2011

: Açude Umarí em Madalena, uma luta dos sertanejos pela vida

Foto (Carlos Emilio)
 Esta é uma das imagens mais recentes do açude Umarí em Madalena, com capacidade para receber  35.000.000m³  de aguá, sua parede está  entre as comunidades, Salgadinho e Manga, sua construção era um antigo desejo do povo de Madalena, um povo sofrido por não ter o que é mais precioso  para sobreviver, aguá,  principalmente quando chegava o verão.
Foto (Alex Pimentel)
As  cenas de carro pipa  ainda  são muito comuns no sertão do Ceará, "por não haver uma política  hidrica verdadeira para a região", afirma  a coordenação do Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra - MST  de  Madalena,  "o problema do Nordeste não é a seca e sim as cercas"  completa.
 Suas águas irão abastecer através de uma adultora além da sede do município, os distritos de São José da Macaóca em Madalena e Lagôa do Mato em Itatira.
                                                                         
                                                                                           
A inauguração deverá acontecer nos próximos dias com a presença do governador do estado Cid Ferreira Gomes, conforme informações da Prefeitura Municipal de Madalena, mais a data ainda não foi divulgada.  

Esse dia será histórico para Madalena,  já que os principais movimentos sociais  do Municipio,   o  MST e o Sindicato dos trabalhadores rurais já anunciaram publicamente que irão realizar um grande protesto contra a mina de Itatáia, para mostrar ao Governador do Estado e a população os maléficios que a mina irá trazer para a região.

A principal preocupação dos movimentos é com a contaminação da  aguá  do açude umari e a  devastação ambiental, como o caso da explosão da usina de Fukushima no Japão, todos viram o desastre, que deixou centenas de pessoas mortas e muitos desaparecidos.
desatre em Fukushima



A água acumulada até o momento,  já é suficiente para manter o consumo do próximo verão, sem contar que as chuvas ainda continuam caindo sobre os afluentes do açude umarí, porém esse grande sonho esta ameaçado. Caso  o projeto da mina de Itataia se concretizar, esta aguá poderá ser contaminada, e uma pergunta temos que fazer, é melhor evitar um desastre ou financiá-lo Governador Cid Gomes?


parte  dessas informações estão  no blog do Chico Almir

Por  
Marcelo Matos
Estudante do curso de comunicação Social - UFC
I turma de jornalismo da terra
Paulo Henrique
Rádio 25 de maio FM 95,3
twitter
@marcelomatos2

Agência dos Correios é assaltada pela segunda vez em Madalena


Na tarde desta sexta-feira, 13, a agência dos Correios de Madalena, localizada na Avenida Antônio Costa Vieira, no centro da cidade, foi assaltada pela segunda vez este ano. O primeiro assalto ocorreu no último dia 05 de abril.

Segundo informações repassadas pelo policial militar cabo Fernando, que estava no comando do destacamento com apenas um soldado de serviço, a ação foi realizada por um homem armado de revólver que rendeu funcionários e clientes, levando uma quantia em dinheiro que não foi revelada, além de pertences dos clientes.

Ainda segundo informações coletadas, enquanto a ação criminosa se desenrolava outros elementos davam cobertura de outro ponto da cidade. Os dois policiais que estavam de plantão nada puderam fazer, pois além de estarem em número reduzido, a viatura “Hilux” havia sido levada para revisão em Fortaleza.

O fato de o assalto ter se dado no dia em que a viatura estava em manutenção, faz a polícia suspeitar da participação de pessoas que conhecem a rotina do município. Desta vez pelo menos as câmeras de segurança da agência conseguiram filmar a ação e poderão ajudar a identificar os criminosos.

O fato evidencia mais uma vez problemas sérios no aparato da segurança pública de Madalena, notadamente o reduzido efetivo policial, que dificulta principalmente o trabalho preventivo.

Movimento lança livro para relembrar cinco anos de massacre

O movimento Mães de Maio – que reúne parentes e amigos dos jovens assassinados por policiais e pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo no ano de 2006 – lançou, na quinta-feira (12), o livro “Do Luto à Luta – Mães de Maio”. Em maio daquele ano foram registrados 493 homicídios no estado paulista. O lançamento aconteceu junto com um ato político e contou com a participação de familiares, ativistas de direitos humanos, artistas e até pessoas que foram perseguidas pela ditadura brasileira.
De acordo com um dos organizados do livro, o historiador e militante do movimento, Danilo Dara, o livro traz o testemunho de familiares, análises e literatura de artistas da periferia sobre o massacre.
“A ideia do livro é um sonho antigo das mães do movimento. Eu simplesmente ajudei editar, junto com a Débora [Maria da Silva, mãe de Rogério, uma das vítimas], buscando garantir o máximo de espaço possível para o testemunho dos familiares. Chamamos alguns poetas, contistas e literatos periféricos que deram seus testemunhos em outras linguagens sobre o episódio. E [o livro também tem] análises sobre o genocídio da juventude pobre e negra do país.”
Com os recursos disponíveis para a edição, foram impressos mil exemplares. Com isso, os participantes do ato compraram quase todos. Danilo reforça as críticas do livro
“O livro, em primeiro lugar, é uma desconstrução da mentira oficial do Estado, das elites e da grande mídia. É uma voz direta das mães, familiares e amigos contando a verdade. O segundo [principal objetivo] é aprofundar essa dor por meio de uma série de expressões de luta e crítica ao cotidiano brutal de violência, opressão e exploração que, sobretudo, a periferia vive nessa democracia de fachada”.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dia histórico para a saúde do Sertão Central e Inhamuns

Na manhã desta segunda-feira 09 será conhecida a cidade do Sertão Central que receberá o Hospital Regional, a eleição acontecerá no centro de convenções em Fortaleza com a presença do governador Cid Gomes, secretário da saúde Arruda Bastos, prefeitos, vereadores, conselheiros de saúde e lideranças políticas e comunitárias dos vinte municípios que integrarão a macro-região de saúde.

São quatro, os municípios candidatos: Boa Viagem, Canindé, Quixadá e Quixeramobim e dezesseis os eleitores: Aiuába.Arneiroz, Banabuiú, Caridade, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Itatira, Madalena, Milhã, Parambú, Paramotí, Pedra Branca, Senador Pompeu, Solonópole e Tauá, sendo que o município de Tauá que inicialmente pleiteava sediar o Hospital desistiu da disputa e resolveu se abster de votar.

De cada município eleitor terá direito a voto, o prefeito, representando a decisão majoritária do conselho municipal de saúde e o presidente da Câmara que votará de acordo com a decisão prévia da maioria dos vereadores, tanto o voto do prefeito quanto do presidente da Câmara corresponderá ao número de habitantes de cada município.

De acordo com levantamentos preliminares, Quixeramobim desponta como cidade favorita, podendo vir a ser eleita logo no primeiro turno, para que isso ocorra será necessário que o município obtenha mais de 50% dos votos, do contrário haverá disputa em segundo turno com a segunda cidade mais votada.

domingo, 8 de maio de 2011

Parabéns mamãe


Esta é uma oportunidade para homenagearmos de modo especial aquela que nos deu à luz, embora a honra e o amor lhe sejam devidos em todos os dias do ano.
Buscando uma figura bíblica relacionada ao tema, lembramos do nome de Maria, mãe do Senhor Jesus, cuja história serve de inspiração para as mães de hoje.
Se a maternidade é sempre um desafio, para ela foi ainda maior, pois colocou em risco sua própria vida para trazer ao mundo o Filho de Deus.
Considerou de valor secundário sua reputação e imagem.
Naquele contexto jurídico e religioso, Maria poderia ter sido apedrejada sob falsas acusações. Mesmo assim, não se negou a receber em seu ventre o ente divino.
Deus deu àquela mulher uma missão sagrada: gerar o Senhor Jesus Cristo. Além disso, sua responsabilidade incluía cuidar do menino, dando-lhe o ensinamento fundamental para a vida. Naquele lar, juntamente com José, Maria deu sua valiosa contribuição na preparação de Cristo para o futuro.
A mãe do Salvador deixou exemplo de amor, com carinho e zelo. Certamente, Maria tinha muitas qualidades. Contudo, seu destaque na história só foi possível em função de sua espiritualidade, sendo uma pessoa dedicada a Deus, de tal modo que veio a ser escolhida para tão importante papel. Seu compromisso espiritual pode ser percebido em sua freqüência ao templo, levando consigo o menino Jesus.
A todas as mães, neste dia, nosso reconhecimento.
Todas elas também enfrentam desafios, renunciando, muitas vezes, seus próprios interesses em favor dos filhos.
A missão materna é sempre sagrada, pois envolve o dom de gerar e a responsabilidade de cuidar de cada filho que, antes de pertencer aos pais, pertence a Deus.
O que somos na vida, o caráter que possuímos, é, em grande parte, resultado do trabalho das nossas mães naturais ou adotivas. Que hoje e sempre, os filhos se lembrem dos sacrifícios que as mães fizeram e fazem.
Que sua recompensa por tanta dedicação seja, não apenas em forma de presentes materiais, mas através do amor, da obediência e da gratidão.
Que os filhos distantes voltem.
Que os magoados perdoem, e que, acima de tudo, Deus abençoe a todas essas mulheres maravilhosas que participam de modo tão direto na perpetuação da vida.
Parabéns, mamãe!

Esta é uma homenagem da Radio 25 de Maio FM 95,3

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ministro ruralista ameaça: vamos votar com ou sem acordo

Da Agência Estado


O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta quinta, dia 5, que o projeto que altera o Código Florestal, relatado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), será votado na próxima terça, dia 10, na Câmara dos Deputados "em qualquer circunstância, haja ou não acordo".

O projeto, previsto para ser votado nessa quarta, dia 4, teve a votação adiada por falta de acordo entre governo, relator e deputados.
— Esperávamos votar o Código Florestal, que é a matéria mais importante para a agricultura brasileira, mas, por pouquíssima diferença, ainda não acertamos um acordo — disse Rossi, ao citar o tema durante a divulgação da safra de laranja da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

— Um ou dois temas entre governo, relator e bancada de deputados não foram acertados, mas chegamos a um limiar de um acordo final — completou o ministro, sem detalhar ainda os pontos divergentes.

Rossi considerou também que, apesar de não haver um consenso, a negociação foi "altamente positiva" em discussões que se arrastaram desde o ano passado.
Rossi criticou ainda a insegurança jurídica para o agricultor e repetiu a frase que disse ter ouvido de um pecuarista em Uberaba (MG).

— Produtor não precisa de agrônomo, produtor precisa hoje de advogado para garantir a segurança jurídica, pois o sistema aí não nos dá segurança — concluiu.

MST participa de Semana de Ação Mundial da Unesco por escola sem discriminação


Por Maria Mello
Especial para a Página do MST

Pressionar internacionalmente líderes e políticos para que sejam cumpridos os tratados e as leis que visam à garantia da educação pública de qualidade e para todos é o principal objetivo da Semana de Ação Mundial (SAM), entre 2 e 8 de maio.
No Brasil, a semana é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que surgiu impulsionada por um conjunto de organizações da sociedade civil que participaram da Cúpula Mundial de Educação em Dakar (Senegal), em 2000.
São parceiros da campanha órgãos internacionais como a Unicef e a Unesco e movimentos sociais como o MST e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), entre outros.
Desde 2003, mais de 43 milhões de pessoas em todo o mundo foram mobilizadas em torno da atividade. Segundo a organização, cerca de 200 mil pessoas participam das atividades no Brasil neste ano.
A parceria entre o MST e a SAM resultou em uma atividade com cerca de 40 Sem Terrinha do assentamento Pequeno William, no Distrito Federal. As crianças conversaram sobre suas impressões em relação ao preconceito na educação e apresentaram o problema de transporte que enfrentam para chegar às escolas onde estudam, que ficam na cidade. Elas também participaram de uma oficina de artesanato com argila.
A audiência “Preconceitos e discriminações na educação brasileira”, realizada nesta quarta-feira (4/5) na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, integrou a agenda da semana e contou com as presenças de diversas entidades e parlamentares para discutir o tema - que nesta edição enfoca questões de gênero, raça e deficiências.
Maria Cristina Vargas, do Setor de Educação do MST, participou da atividade e apresentou um panorama da situação das escolas no campo brasileiro. Segundo ela, no meio rural a situação de discriminação no âmbito da educação é ainda mais difícil que nas áreas urbanas, em função da quantidade ainda deficitária de escolas. “Existe uma ideia estigmatizada de que o campo não precisa de escolas ou de pessoas educadas, basta que elas tenham força de trabalho. Falamos, então, de um lugar em que as escolas ainda nem chegaram”, denunciou.
Vargas apresentou à plenária um levantamento que aponta que, das cerca de 23,7 mil famílias do MST assentadas no país, 27% completaram o Ensino Fundamental, 6% têm o Ensino Médio e cerca de 16% são analfabetos. “Podemos ver pelos dados e pelo número de escolas fechadas no campo que a educação não chega lá. Nesse caso, o Estado, portanto, consolida essa discriminação”, afirmou.
A educadora relatou, também, casos considerados emblemáticos em relação à discriminação em torno das escolas do campo. Entre eles, as lutas contra a não realização do curso de veterinária da Universidade Federal de Pelotas, as tentativas de interrupção do curso de Direito, em Goiás, e o fechamento, em 2009, das escolas itinerantes no Rio Grande do Sul.
“O Estado não garante educação pública universal. Reconhecemos que houve avanços, mas como movimento social, enquanto ainda houver um analfabeto nesse país, lutaremos”, pontuou.
Ela chamou os presentes a se envolverem na campanha nacional contra o fechamento de escolas do campo, lançada neste ano pelo MST. A campanha reivindica, entre outros pontos, a construção de escolas nucleadas no próprio campo, em todos os níveis e modalidades de ensino, e que o Estado barre o processo sistemático de fechamento de estabelecimentos de educação.

Hospital Regional do Sertão Central ,Câmara de Madalena escolhe Quixeramobim para sediar HRSC

 A audiência pública realizada em Madalena para discutir o voto da Câmara Municipal quanto ao município que deverá sediar o Hospital Regional do Sertão Central, resultou na escolha de Quixeramobim.

O prefeito Wilson de Pinho, e o Conselho Municipal de Saúde de Madalena já haviam manifestado apoio a candidatura quixeramobiense. A Câmara Municipal, no entanto, dividida entre o apoio a Quixeramobim e Boa Viagem, teria decidido no último sábado, 30, não fosse o requerimento do vereador Valdemiro Júnior (PSDB), de realização de uma audiência pública antes da decisão final, que se deu no início da tarde de hoje, 05.

A Câmara Municipal de Madalena é composta por 9 vereadores, dos quais 6 optaram por apoiar Quixeramobim: Eurivando Vieira, Ednaldo Almeida, Irmão Vavá, Kikilo, Cileide Maciel  e Josivaldo Saraiva(presidente). Os outros três parlamentares, Solange dos Santos Viana, Erivaldo Paulino e Valdemiro Júnior, mantiveram apoio a candidatura de Boa Viagem.

A votação final, que definirá o município que irá sediar o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) acontecerá nesta segunda, 09, no Centro de Convenções, em Fortaleza, com a presença do governador Cid Gomes. Além de Quixeramobim, permanecem na disputa os municípios de Quixadá, Canindé e Boa Viagem.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Aldo não aceita posição do governo e votação fica para a próxima semana

Como antecipado com exclusividade pela Radioagência NP, a votação do Projeto que altera o Código Florestal Brasileiro não será nesta semana. Entre as propostas do novo texto do relatório de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que foram apresentadas na última segunda-feira (02), está a liberação de propriedades de até 400 hectares (quatro módulos fiscais), de recompor reserva legal desmatada ilegalmente até julho de 2008.  Esse é um dos pontos de divergência com governo, que não aprovou a medida.
Entre as propostas de reajustes apresentadas pelo governo, está a de manter uma área de reserva legal para as pequenas propriedades. Esse é um dos fatores de Aldo Rebelo ser contrário a ajustes do governo para o Código Florestal.
Durante toda esta quarta-feira (04) o governo buscou uma proposta de consenso com o relator. Em entrevista à Agência Brasil, o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, afirmou que o governo trabalhou com a hipótese de “construir um relatório consensual” e espera que no Código Florestal “não tenha vencedores nem vencidos.“
Como não houve acordo, o tema entrará em pauta na Câmara dos Deputados, mas não será votado.

Primeira universidade em assentamento será no Paraná

Do Portal do MDA


O assentamento Oito de Junho, em Laranjeiras do Sul (PR), será o primeiro do país a sediar uma universidade federal. As obras do campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) começaram nesta segunda-feira (2).


As aulas para os 500 estudantes iniciam em 2012 em cinco áreas do conhecimento voltadas à vocação econômica da região: Agronomia com ênfase em Agroecologia, Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Aquicultura e Licenciatura em Educação do Campo.


O Incra cedeu à universidade uma área de 42 hectares para implantação do primeiro prédio, de 5 mil metros quadrados. O campus definitivo engloba também outros 45 hectares doados em maio de 2010 pelas prefeituras de Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras e Laranjeiras do Sul.


O presidente do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, participou da assinatura do termo de cessão da área. Na ocasião disse que a instalação do campus em Laranjeiras do Sul é um grande avanço para a reforma agrária no País. “É a primeira universidade federal do País dentro de um assentamento e com certeza vai trazer muito desenvolvimento para a região”, declarou.


O campus é estrategicamente localizado no Território da Cidadania do Cantuquiriguaçu, de características rurais. De acordo com dados do Instituto Emater do Paraná, a produção primária é responsável por 33% do total do Território. Além disso, 50,8% da População Economicamente Ativa do Território refere-se a agricultores de base familiar (agricultores familiares e assentados da reforma agrária).

O vice-reitor da UFFS, Antônio Inácio Andriolli, lembrou que a Universidade originou-se à partir da mobilização social, assim como os assentamentos da reforma agrária no País. “A UFFS nasceu da dupla luta: da sociedade e também do governo. Nosso desafio é construirmos uma universidade pública, democrática e popular”, disse.

O superintendente regional do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, destacou que, com a instalação da UFFS, a juventude rural não precisará sair do meio para estudar. “A Universidade será uma importante aliada para que possamos capacitar os assentados e viabilizar os assentamentos com base na produção agroecológica e preservação ambiental”, ressaltou.

O assentamento Oito de Junho foi criado em 2000 pelo Incra, a partir da desapropriação de um latifúndio improdutivo de 1.477 hectares. Ao todo 71 famílias vivem no assentamento. A principal atividade produtiva é a criação de gado leiteiro. De Laranjeiras do Sul, o leite é levado até São Miguel do Oeste (SC) para ser processado pela Cooperoeste Terra Viva, cooperativa formada por assentados da reforma agrária. Depois de embalado em caixas do tipo longa vida, segue para redes de varejo do Paraná e de Santa Catarina.

Um dos suportes da produção de leite no Oito de Junho é o Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES). Com o programa, foi implantada no assentamento a técnica do Pastoreio Racional Voisin (PRV), sistema intensivo de manejo do gado, da pastagem e do solo. A responsável pela aplicação da técnica é filha de assentados. Desieli Gomes de Amorin, 27 anos, é Técnica em Agroecologia formada pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Atualmente, ela cursa Engenharia de Aquicultura na UFFS. Com o funcionamento da UFFS dentro do assentamento, Desieli acredita que seja possível reverter a tendência de migração da juventude rural. "O jovem quer mais oportunidades de estudo e de trabalho. Com a instalação da universidade, a juventude permanece no assentamento, aumentando a geração de renda dentro do próprio município".

Território da Cidadania
O Incra e a UFFS também formalizaram protocolo de intenções com objetivo de fomentar ações de ensino, pesquisa e extensão no âmbito da área de atuação da UFFS no Território do Cantuquiriguaçu. Ao todo, vivem cerca de 4,2 mil famílias assentadas no Território, que possui os três maiores projetos de assentamento do Incra no estado (PAs Celso Furtado, Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire).

Ainda na sexta-feira (29), foi realizada a eleição do Conselho de Desenvolvimento do Território Cantuquiriguaçu (Condetec). Elemar Cezimbra, coordenador administrativo do campus da UFFS em Laranjeiras do Sul, foi eleito presidente por unanimidade.

O Território da Cidadania Cantuquiriguaçu abrange uma área de 13.986,40 quilômetros quadrados e é composto por 20 municípios: Pinhão, Campo Bonito, Candói, Cantagalo, Catanduvas, Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Guaraniaçu, Ibema, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Virmond e Três Barras do Paraná.
 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vale tem 24 horas para depositar dinheiro de quilombolas


A Justiça Federal deu prazo de 24 horas para que a Vale pague os danos causados a 788 famílias do Território Quilombola de Jambuaçu, impactadas pela operação de um mineroduto e uma linha de transmissão da companhia (processo número 323081520104013900). A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal do Pará nesta segunda.

A empresa pediu mais prazo para o juiz, alegando estar “faticamente impossibilitada de obter as autorizações necessárias e repassar a citada quantia a seus beneficiários”.

Para o procurador da República Bruno Soares Valente, o pedido de mais prazo tem “cunho protelatório, considerando que a ré era sabedora da existência da ação desde o ano passado”. A 9ª Vara da Justiça Federal determinou que o depósito dos valores fosse feito para a comunidade mesmo assim.

Foi deferido o pagamento imediato de renda mensal de três salários mínimos para cada uma das 251 famílias mais atingidas e de renda mensal de um salário mínimo para as 537 famílias menos atingidas – identificadas pela Associação dos Quilombolas do Jambuaçu. A solicitação de pagamento de renda mensal retroativo ao dia 26 de fevereiro de 2010, data de concessão da licença de operação, será definido mais adiante. A empresa também deverá implementar um projeto de geração de renda no local.

O mineroduto que impactou Jambuaçu atravessa sete municípios paraenses para transportar bauxita da mina Miltônia 3 para a refinaria da Alunorte, em Barcarena, próximo a Belém.

De acordo com nota divulgada pelo MPF, o mineroduto comprometeu cerca de 20% do território da comunidade e cita estudo da pesquisadora Rosa Elizabeth Acevedo Marin, da Universidade Federal do Pará que relata perda de navegabilidade, alteração da qualidade da água e desaparecimento de peixes. Houve retirada de árvores – castanheiras, açaizeiros, pupunheiras, abacateiros, ingazeiros.

“Não se pode aceitar mais na Amazônia que esses tipos de empreendimentos fiquem com os lucros e deixem os impactos e a destruição na conta da sociedade. Se há impacto, tem que haver compensação”, afirmou, na nota, o procurador Felício Pontes, um dos responsáveis pelo processo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Crise é papo da direita para enfraquecer a Reforma Agrária"

Por Igor Felippe Santos
Da Página do MST

Mais uma vez, o Estadão insiste que o MST vive um "cenário de crise" e de "esvaziamento da sua luta por reforma agrária" com "pano de fundo desanimador", na página A13 deste domingo, assinada por Gabriel Manzano.

Em uma matéria editorializada, sem entrevista com nenhum dirigente do Movimento nem qualquer analista para referendar essas teses, aparece a tática do jornal de enfraquecer a bandeira da Reforma Agrária colocando em crise os protagonistas da luta, os movimentos sociais, especialmente o MST.

A primeira matéria sobre uma suposta crise do MST no Estadão apareceu no final de março, que projetava uma jornada de lutas fraca em abril. A tese do jornal foi rebatida pelo Blog da Reforma Agrária (clique aqui para ler).

Agora, os números da jornada de lutas, com 70 ocupações e protestos em 19 estados e no Distrito Federal, jogam por terra a idéia de crise, uma vez que o número de ocupações está entre os maiores dos últimos 10 anos.
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A dirigente do MST Marina dos Santos, em entrevista ao repórter Daniel Cassol, do Último Segundo/iG, rebate a tese de que o Movimento esteja em crise.

"Crise é papo da direita para rebaixar o papel do nosso movimento e tirar da pauta política a reforma agrária. Nos últimos anos, sofremos um processo intenso de criminalização pela classe dominante, que colocou seus aliados no judiciário, no parlamento e na mídia para atacar o movimento",  afirma Marina.

"Se estamos em crise, por que tanta criminalização? O movimento mantém 100 mil famílias acampadas, avança na organização e produção nos assentamentos e tem influência em setores importantes na sociedade", pergunta.

Abaixo, veja a íntegra da entrevista ao IG.

Segundo balanço do MST, neste ano foram 70 ocupações de terra no chamado “Abril Vermelho”. O número é menor que o de 2004, quando houve 92 ocupações, mas está próximo dos 74 do ano passado – que já registrou aumento no número de ocupações durante a Jornada. Ou seja: parece que o movimento não deu um período de trégua para a presidente Dilma Rousseff. Por quê?

No primeiro ano do governo Lula, estava em construção o plano nacional de reforma agrária, que não foi cumprido. O plano já existe e cabe ao governo executar, mas reforma agrária está emperrada. No ano passado, quase não saíram assentamentos. Nos oito anos do governo Lula, a reforma agrária não foi prioridade. Infelizmente, o governo colocou em primeiro plano o agronegócio. Diante disso, sabemos que só com luta vai avançar a reforma agrária, para enfrentar os interesses das empresas transnacionais e do capital financeiro, que controlam a nossa agricultura. Independente do governo, vamos continuar fazendo ocupações de latifúndios. Quase todos os assentamentos foram criados a partir da pressão das famílias sem terra em ocupações.

Por outro lado, nota-se que caíram pela metade o número de acampados (segundo dados do MST, a queda foi de 150 mil para 75 mil). Por que isso ocorreu?
Ainda temos um número grande de acampados, em torno de 100 mil famílias, que vivem em situação de extrema pobreza nas beiras de estradas e em ocupações. A queda do número de acampados decorre da lentidão da reforma agrária. Sem a expectativa de conquistar a terra, as famílias buscam alternativas. No entanto, continuam sonhando com a conquista da terra, que abre um horizonte para as famílias pobres do
campo.

Programas como o Bolsa Família, além do aumento da oferta de emprego no Brasil, não diminuem o número potencial de pessoas dispostas a acampar? O que o MST faz para superar esse desafio?
No Nordeste, o país tem alcançado os maiores índices de crescimento econômico e geração de empregos, além de ter o maior número de famílias no Bolsa Família. Mas é no Nordeste onde se concentra o maior número de famílias acampadas. Não podemos ser economicistas e fazer uma relação direta entre esses fatores e o número de famílias acampadas. Claro que esses fatores têm influência, mas há outros elementos. O mais importante é a lentidão da reforma agrária, que deixa as famílias sem motivação para acampar.
A questão é: qual alternativa as famílias têm para sobreviver no meio rural? O agronegócio, que tem hegemonia na agricultura, emprega pouco, superexplora a força de trabalho e paga os menores salários da sociedade. Ou as famílias se submetem a essas condições ou vão para as grandes cidades para viver no caos urbanos. Com o avanço da reforma agrária e políticas de fortalecimento dos assentamentos, a reforma agrária será a melhor saída para essas famílias saírem da pobreza, como pretende a presidenta Dilma.

O MST está em crise ou admite, pelo menos, dificuldades na mobilização?

Crise é papo da direita para rebaixar o papel do nosso movimento e tirar da pauta política a reforma agrária. Nos últimos anos, sofremos um processo intenso de criminalização pela classe dominante, que colocou seus aliados no judiciário, no parlamento e na mídia para atacar o movimento. No RS, o ministério público propos acabar com o MST... Se estamos em crise, por que tanta criminalização? O movimento mantém 100 mil famílias acampadas, avança na organização e produção nos assentamentos e tem influência em setores importantes na sociedade.

Na avaliação do MST, Dilma Rousseff pode fazer mais pela reforma agrária do que Lula? O perfil do atual governo não é mais resistente à reforma agrária?

O governo Dilma tem condições melhores de avançar na reforma agrária. As forças sociais da classe trabalhadora tiveram um peso grande na eleição de Dilma e na base social que sustenta as medidas populares do governo. Se essas forças sociais mantiverem um grau de unidade e fizerem lutas sociais, vamos conseguir avançar em várias áreas importantes. Por exemplo, na redução da jornada de trabalho, fim do superávit primária, ampliação do papel do estado como instrumento do desenvolvimento e na reforma agrária. Só com mudanças estruturais o governo vai cumprir seu objetivo de acabar com a pobreza no Brasil.

O próprio movimento acusa as transnacionais do agronegócio de se apossarem das terras que poderiam ser destinadas para a reforma agrária. Neste sentido, não é quase inviável a reforma agrária no Brasil?

Inviável é o modelo do agronegócio, que concentra cada vez mais terras, aumentando a pobreza no campo, produz apenas monoculturas, que deterioram a terra e destroem o meio ambiente, exporta toda a produção, aumentando a dependência externa do país, e utiliza um quantidade violenta de agrotóxicos, fazendo do país o maior consumidos do mundo.
Claro que o agronegócio articula setores fortes, como os fazendeiros capitalistas, empresas transnacionais e o capital financeiro, com influência no congresso, no judiciário e na mídia. No entanto, o povo brasileiro perceberá que os impactos nocivos do modelo do agronegócio para a economia, para os camponeses, para o meio ambiente e para a saúde humana, colocando em marcha mobilizações que vão mudar a correlação de forças, enfrentar a classe dominante e fazer a reforma agrária.

No último Congresso do MST, realizado em Brasília, as lideranças do movimento falaram muito na necessidade de incentivos à produção nos assentamentos. A tendência é de que o MST se volte mais para os assentamentos ou as pressões por desapropriações de terra seguirão durante o governo Dilma?

Vamos continuar a luta pela terra e fazer um trabalho político mais intenso para organizar a produção nos assentamentos. Não existe uma contradição. Pelo contrário, são dois lados da mesma moeda. E temos boas perspectivas em relação ao governo Dilma em relação ao desenvolvimento dos assentamentos, porque só com políticas de geração de renda os assentados saem da pobreza, com a ampliação da assistência
técnico, crédito para produção e a implementação de um programa de agroindústrias

Considerando que os movimentos sociais apoiaram Dilma na eleição, não existe o risco de a adesão ao governo aumentar ainda mais a crise dos movimentos?

Quando um eleitor vota num candidato, ele não adere ao governo. A decisão do voto na eleição é baseada na comparação dos candidatos, e dos seus projetos políticos, tendo a perspectiva de que o seu escolhido esteja mais próximo da realização dos seus interesses e da derrota dos seus principais inimigos no pleito. Com os movimentos sociais, é a mesma coisa. Apoiamos a eleição de Dilma porque, dentre as forças sociais que sustentaram a candidatura dela, a classe trabalhadora teve um peso importante. Esperamos que essas forças mantenham uma unidade que seja capaz de fazer pressão para enfrentar os setores conservadores.

Chove em mais de 110 municípios cearenses nesta manhã

Chove em 112 municípios cearenses na manhã desta segunda-feira, 2, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Fortaleza registrou 25,4 milímetros até as 11h30min.

Em todo o Ceará, o maior volume de chuvas foi registrado no município de Granja, com 137 milímetros. Em Ibiapina, choveu 100 mílimetros, enquanto no município de Aurora foram 106,8 mm.

De acordo com a Funceme, a previsão para esta segunda-feira no Estado é de céu parcialmente nublado, com chuva no centro-sul, Baixo Jaguaribe e litoral leste. Nas demais regiões cearenses, céu parcialmente nublado com chuva isolada.

domingo, 1 de maio de 2011

Radio 25 de maio FM promoveu debate sobre assentamento 25 de Maio


Maio é um mês do ano de grande importância para o assentamento 25 de Maio porque é nesse período em que o assentamento e o Movimento Sem Terra do ceará completa ano já que o assentamento foi a raiz do movimento no ceará, em 2011 o assentamento e o MST-CE está completando 22 anos de muitas lutas, resistências e conquistas.
Hoje pela manhã, 1° de maio, dia do trabalhador, a radio 25 de maio FM promoveu um debate especial sobre vários assuntos referentes ao assentamento, os convidados foram: Hélio leite da coordenação do conselho do assentamento e Neném da coordenação estadual do MST do ceará. A última reunião do conselho do assentamento realizada no dia 26 de abril na comunidade de são Joaquim onde os assuntos principais que foram tratados foi a criação de porcos soltos no assentamento e o providenciamento do roço das estradas. Segundo o coordenador do conselho Hélio leite, a vigilância sanitária do município juntamente com os profissionais da saúde irão realizar reuniões em algumas comunidades do assentamento para conscientizar a população de que não devem criar porcos soltos, Hélio relatou também que todas as comunidades devem fazer o roço das estradas do assentamento o mais rápido possível. Neném da coordenação do MST do ceará fez uma explanação sobre as conquistas do movimento a nível nacional e estadual durante o mês de abril já que foi um mês que o movimento se mobilizou em 19 estados do Brasil para denunciar os 15 anos de impunidade do massacre de Eldorado dos Carajás e fazer várias reivindicações aos governos. Hélio aproveitou para fazer um convite a todos para participar das comemorações de aniversário do assentamento nos dias 27 e 28 de Maio.