domingo, 15 de maio de 2011

Movimento lança livro para relembrar cinco anos de massacre

O movimento Mães de Maio – que reúne parentes e amigos dos jovens assassinados por policiais e pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo no ano de 2006 – lançou, na quinta-feira (12), o livro “Do Luto à Luta – Mães de Maio”. Em maio daquele ano foram registrados 493 homicídios no estado paulista. O lançamento aconteceu junto com um ato político e contou com a participação de familiares, ativistas de direitos humanos, artistas e até pessoas que foram perseguidas pela ditadura brasileira.
De acordo com um dos organizados do livro, o historiador e militante do movimento, Danilo Dara, o livro traz o testemunho de familiares, análises e literatura de artistas da periferia sobre o massacre.
“A ideia do livro é um sonho antigo das mães do movimento. Eu simplesmente ajudei editar, junto com a Débora [Maria da Silva, mãe de Rogério, uma das vítimas], buscando garantir o máximo de espaço possível para o testemunho dos familiares. Chamamos alguns poetas, contistas e literatos periféricos que deram seus testemunhos em outras linguagens sobre o episódio. E [o livro também tem] análises sobre o genocídio da juventude pobre e negra do país.”
Com os recursos disponíveis para a edição, foram impressos mil exemplares. Com isso, os participantes do ato compraram quase todos. Danilo reforça as críticas do livro
“O livro, em primeiro lugar, é uma desconstrução da mentira oficial do Estado, das elites e da grande mídia. É uma voz direta das mães, familiares e amigos contando a verdade. O segundo [principal objetivo] é aprofundar essa dor por meio de uma série de expressões de luta e crítica ao cotidiano brutal de violência, opressão e exploração que, sobretudo, a periferia vive nessa democracia de fachada”.

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